O câncer de bexiga é o nono tipo de câncer mais frequente no mundo.
Como todo tipo de tumor, ele tem início com a mutação genética de
células. Inicialmente o câncer começa de maneira superficial na
membrana mais interna da bexiga, membrana mucosa. Conforme essa
célula sofre a mutação, ela começa a crescer desenfreadamente.
O crescimento acelerado geralmente forma um pólipo – como se fosse
uma verruga. Com o avanço do câncer, esse pólipo pode avançar para
camada muscular e estruturas internas. Em casos mais avançados, o
tumor pode invadir os tecidos ao redor da bexiga, gânglios linfáticos e
outros órgãos, ocasionando as metástases.
Tipos:
Carcinoma de células de transição: representa a maioria dos casos, (cerca
de 90%) e começa nas células do tecido mais interno da bexiga.
Carcinoma de células escamosas: afeta as células delgadas e planas que
podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas.
Adenocarcinoma: menos frequente. Inicia-se nas células glandulares (de
secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de
irritação ou inflamação.
Fonte: Dr. Fabio Schutz, Oncologista Clínico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Cigarro: O principal fator de risco do câncer de bexiga é a exposição ao
cigarro. Pessoas que fumam têm de 2 a 6 vezes mais chances de
desenvolver câncer de bexiga em comparação aàs que nunca fumaram.
Estima-se que o cigarro é responsável por cerca de 50-70% dos casos de
câncer de bexiga. E quem não fuma e convive com quem fuma também
têm as chances aumentadas. Os ex-fumantes também tem risco aumentados, visto que os efeitos do cigarro podem
persistir por vários anos.
Exposição a Produtos Químicos: Pessoas que trabalham na área industrial
ou com mineração, principalmente sem equipamento de proteção
adequado, têm mais chances de câncer de bexiga. Isso é consequência da
inalação e exposição a produtos químicos cancerígenos.
Inflamações Crônicas: Infecções urinárias frequentes na bexiga, ou uma
radioterapia na região de bexiga que causam cistite crônica podem causar
câncer. As chances são pequenas, mas existem.
Fonte: Dr. Fabio Schutz, Oncologista Clínico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Sangramento urinário: é o sintoma mais comumente observado. Pode
ser de leve intensidade, imperceptível a olho nu ou um sangramento
com presença de coágulo. O sangramento normalmente é indolor. Mas no
caso do coágulo, pode haver dor e dificuldade para urina sair.
É importante ressaltar que nem sempre o sangue na urina é sinônimo de
câncer. Existem várias outras causas de sangramento, incluindo pedras
nos rins e bexiga, e também infecções na bexiga ou nos rins. Entretanto,
qualquer sangramento da urina merece ser investigado com exames de
imagem para se determinar a causa do sangramento.
Irritação vesical: muitas vezes confundida com infecção urinária, é
sensação de querer ir ao banheiro várias vezes seguidas e eliminar sempre
pouca quantidade de urina e geralmente acompanhada de sensação de
ardência ou dor para urinar;
Dor na região da pelve;
Dor lombar;
Dor abdominal;
Em casos mais avançados os sintomas são:
Fadiga;
Indisposição;
Redução do apetite;
Perda de peso;
Exame de urina: para verificar se há presença de sangue;
Citologia urinária: exame com microscópio para avaliar se existe célula
sugestiva de tumor na urina;
Fonte: Dr. Fabio Schutz, Oncologista Clínico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Exames de imagem: (ex. Ultrassom, tomografia ou
ressonância): avaliar todo trato urinário; bexiga e rins. O exame avalia se
existe lesão suspeita ou espessamento na região da bexiga que indique
tumor.
Cistoscopia: avalia a bexiga por dentro. Analisa toda mucosa – membrana
que reveste a bexiga por dentro – avalia se há lesão que indique câncer.
Este é um exame geralmente realizado por um urologista e sob anestesia.
Biópsia: retirada de pequeno pedaço do tumor para análise em
laboratório. Este é um exame que feito durante o procedimento de
cistoscopia caso esta verifique a presença de alguma área suspeita
durante o exame.
Fonte: Dr. Fabio Schutz, Oncologista Clínico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo
O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença. Isso que
dizer que o câncer de bexiga em fase inicial tem tratamento diferente do
tumor em estágio avançado.
Cirurgia: Pode ser dois tipos;
Ressecção Transuretral: quando o médico remove o tumor via uretra;
Cistotectomia radical: retirada completa da bexiga, com a posterior
construção de um novo órgão para armazenar urina.
Radioterapia: pode ser adotada quando há tumores mais agressivos como
forma de tentar preservar a bexiga.
BCG intravesical: aplicada diretamente na bexiga por meio de um tubo
introduzido na uretra (ex. sonda vesica). É utilizada naqueles pacientes
com câncer de bexiga que ainda não invadiu a camada muscular, e tem o
objetivo de diminuir a chance de o câncer retornar na bexiga.
Quimioterapia venosa: normalmente administrada pela veia naqueles
casos com tumores mais avançados (ex. invasão de camada muscular)
antes ou depois da realização da cistectomia radical e tem o objetivo de
diminuir o risco de recidiva e aumentar as chances de cura. Nos casos em
que ocorrem metástases em outros órgãos, a quimioterapia venosa também pode
ser administrada com o obejtivo de controlar a evolução do
câncer de bexiga.
Imunoterapia venosa: recentemente a imunoterapia tem ganho bastante
espaço no tratamento do câncer de bexiga, e novas estratégias vem sendo
constantemente atualizadas. Normalmente administrada pela veia
naqueles casos com tumores mais avançados com metástases. Ela tem o
objetivo de ativar o sistema imunológico do próprio paciente para lutar
contra as células do câncer de bexiga.
Fonte: Dr. Fabio Schutz, Oncologista Clínico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Prevenção:
Infelizmente não existe uma forma eficaz de prevenir o câncer de bexiga.
Visto que a principal causa da doença é o tabagismo a maneira
mais importante para evitar o câncer de bexiga é não fumar.
Em caso de pessoas que estão em contato com produtos químicos ou em
áreas de mineração, a melhor forma de prevenção é evitar contato direto
com os produtos e não inalar gases tóxicos.
Muito importante também investigar casos de sangramento na urina com
exames de imagem com o objetivo eventual de se detectar casos de
câncer de bexiga mais precoce, e desta maneira com maiores chances de
cura e prevenindo assim as metástases.
Fonte: Dr. Fabio Schutz, Oncologista Clínico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo